Esse aspecto é tão importante quanto ao tratamento do linfedema. A prevenção da erisipela, maior fator agravante do linfedema é um dos principais cuidados. Dessa forma, toda vez que ocorrer uma lesão na pele o paciente deve procurar o médico o mais rápido possível para realizar a profilaxia da erisipela.
Outros cuidados são quanto aos exercícios e as atividades linfomiocineticas de vida diária onde atividades repetitivas, que exigem força, e o tempo que elas são executadas devem ser analisadas. Eles podem ser benéficos ou lesarem mais o sistema linfático. Quanto as atividades linfomiocineticas diárias devem receber orientação de uma Terapeuta Ocupacional, Fisioterapeuta ou de outro profissional especializado no linfedema. No Site de www.drenagemlinfatica.com.br de Godoy você pode encontrar um livro grátis para pacientes pós câncer de mama que vai ajudar em muito em relação a todos cuidados que deve ter.
Quanto aos exercícios podem ser benéficos ou agravarem o linfedema. É comum na pratica diária encontrar pacientes que estavam bem há anos e depois de exercícios inadequados e sem orientação especializada desenvolverem o linfedema. Portanto, na duvido sugiro que não realizem.
No tratamento do linfedema o Método Godoy utiliza da Terapia Linfática Manual, Terapia Linfática Mecânica, Terapia Linfática Cervical(estimulo cervical), atividades e exercícios linfomiocinéticos, mecanismos de contenção ( meias e braçadeiras feitas com tecido de gurgurão, meias e braçadeiras elásticas e os diversos tipos de bandagens) e drogas linfoativas.
Essas formas de tratamento podem ser usadas de forma isolada ou associadas. Quanto ao tempo pode variar de uma hora por semana a várias horas por dia (8 ou mais horas). A escolha vai depender de uma série de fatores que vamos analisar mais adiante.
Nos estágios clinico do linfedema I, II e III dois fatores devem ser analisados: em quanto tempo o paciente e médico querem normalizar o edema? A partir daí se estabelece uma forma de terapia.
O dado mais importante a ser considerado é que todo linfedema, inclusive a elefantíase, pode atingir padrões de normalidade ou quase normalidade. Esse estágio é fundamental onde todos pacientes devem atingir. Quando atinge a normalidade Godoy & Godoy oferece a possibilidade do uso de uma meia elástica, fato que facilita toda a vida desse paciente. Estudos realizados por Godoy & Godoy mostram que as meias elásticas podem manter de forma isolada o membro dentro dos padrões de normalidade por um período. Porém, a associação com a Terapia Linfática Manual ou Mecânica se torna obrigatória para manutenção por anos sem edema.
Esse é um dilema importante a esses pacientes devido à falta de profissionais especializados no diagnóstico do linfedema. É comum nas redes sociais assistir os caminhos que esses pacientes passaram até´ chegar ao diagnóstico. Muitas vezes chegam a esse diagnóstico numa fase mais avançada quando um quadro fibrótico já está instalado.
Dessa forma, qualquer paciente que tenha um edema nos dedos e pés deve ficar alerta quanto a possibilidade de linfedema de membros inferiores. As mulheres pós tratamento do câncer de mama que começam a apresentar o braço pesado ou com edema devem ficar alertas quanto a possibilidade de uma linfedema de membros superiores pós câncer de mama.
Os linfedemas de membros inferiores e os linfedemas de membros superiores são os mais frequentes, portanto esse alerta pode ajuda-las. Outro dado importante é se eles já acordam com edema, sendo que nesse caso, praticamente caracteriza a presença de um linfedema quando outras causas evidentes de edema não estão presentes.
Em relação ao diagnóstico mais objetivo o exame a ser solicitado, mais especifico, que avalia o sistema linfático, é a linfocintilografia. Entretanto, essa solicitação é apenas quando o médico tem dúvida quanto ao diagnóstico. Ele pode ser útil definindo o tipo de lesão no sistema linfático, mas não em relação ao resultado no tratamento. Portanto, sua solicitação depende do especialista. Esse exame mostra alterações principalmente nos vasos linfáticos e nos linfonodos.
Dessa forma, ele é o primeiro a ser solicitado, porem outros exames de medida de volume como a volumetria, perimetria e bioimpedância são importantes para confirmar e quantificar o tamanho do edema.
Entretanto, outros diagnósticos diferencias como de uma doença venosa e a mais importante as tromboses venosas profundas devem ser avaliadas. Nesse caso, uma história clínica e o exame físico, para o especialista, já é suficiente para descartar a necessidade de doppler venoso.
Essa informação podem ajudar os pacientes e profissionais não especialista do sistema circulatório em realizar o diagnóstico.
Ele pode ser de origem congênita ou adquirida.
Falamos que o linfedema tem origem congênita quando ao nascer a criança apresenta alguma alteração no sistema linfático. Essa condição pode levar ou não ao desenvolvimento do linfedema.
É considerado adquirido quando a criança nasce normal, ou seja, não apresentando nenhuma alteração que possa levar ao desenvolvimento do linfedema. No entanto, no decorrer dos anos, podem ocorrer alguns fatores que causam “lesão” no sistema linfático, como por exemplo, a filaríose, cirurgias, câncer, etc.
Os linfedemas congênitos são classificados quanto a idade de surgimento em:
1 - O linfedema primário congênito, quando a doença se manifesta antes de completar dois anos de idade e pode afetar membros inferiores, membros superiores ou qualquer parte do corpo.
2 - O linfedema primário precoce se manifesta entre dois a 35 anos de idade, podendo afetar membros inferiores, membros superiores ou qualquer parte do corpo.
3 - O linfedema primário tardio manifesta-se após os 35 anos de idade, podendo afetar os membros inferiores, membros superiores ou qualquer parte do corpo.
Uma das formas mais citadas na literatura é a hereditária autossômica dominante na qual o indivíduo já nasce com o edema (Doença de Milroy).
Nos linfedemas adquiridos os mais comuns são:
1-Filariose que pode afetar qualquer parte do como como membros inferiores, membros superiores, mama, pênis, escroto e tórax.
2 - Pós-cirurgias que afetam o sistema linfático como, por exemplo, o câncer de mama e outros que podem afetar qualquer parte do como como membros inferiores, membros superiores, mama, pênis, escroto e tórax.
3 - Após radioterapia que pode afetar qualquer parte do como como membros inferiores, membros superiores, mama, pênis, escroto e tórax.
4 - Pós-erisipela que pode afetar qualquer parte do como como membros inferiores, membros superiores, mama, pênis, escroto e tórax.
Essas são as causas mais frequentes de linfedema porém há várias causas onde os membros inferiores, membros superiores, mama, tórax, escroto e pênis são as regiões do corpo mais afetada.
Função do sistema linfático
As duas principais funções do sistema linfático são:
l - Recolocação das macromoléculas do espaço intersticial para o sistema sanguíneo.
2 - Função imunológica
Dados epidemiológicos sobre a doença
No Brasil, não há um número exato de pessoas portadoras do linfedema. Porém, no mundo, estima-se que a filariose linfática atinge mais de l20 milhões de pessoas em 73 países e mais de 20% da população do planeta vive em áreas endêmicas. Nos países ocidentais, a estimativa é de 600 mil a 2 milhões de pessoas.
Dados recentes mostraram que cerca de 25% das mulheres submetidas ao tratamento do câncer de mama desenvolverão linfedema secundário.
Interferências
As interferências do linfedema são tanto físicas como psicológica e social. Há limitações na vida diária decorrente do membro afetado e que gera um quadro negativo no psíquico dos pacientes e também na qualidade de vida. A falta de orientação no pós-operatório dessas pacientes constitui num fator agravante podendo aumentar a possibilidade de desenvolver um linfedema pós tratamento do câncer de mama.
Os linfedemas de membros inferiores numa fase inicial podem passar despercebidos, porém os linfedemas de membros superiores são mais difíceis de ocultar. O linfedema pós câncer de mama é um dos que traz maior interferência psicológica devido as condições de seu envolvimento. Dessa forma, a ajuda do psicólogo sempre é bem vinda.
Sinais e sintomas do linfedema
O edema é a principal manifestação clínica do linfedema. Os membros edemaciados podem apresentar sensação de peso, infecções de repetição, verrucosidades, pigmentação, úlceras, etc.
As micoses interdigitais são frequentes no linfedema, necessitando atenção diária do paciente. Alerta-se para que cuide de seus pés como cuida de seu rosto e todo dia investigar se não há uma lesão, micose e outras alterações que pode predispor a infecção. Toda vez que a barreira de proteção da pele é quebrada pode ocorrer a erisipela que é um dos principais agravantes do linfedema.
A febre e calafrios são indícios de uma provável infecção o que coloca o paciente em sinal de alerta. Procure um serviço médico imediatamente para identificar o que está acontecendo, erisipela ??
As erisipelas de repetição também são um sinal de alerta para a possibilidade de um linfedema subclínico e de agravamento da doença.
É uma condição clínica que leva ao acumulo de macromoléculas no espaço intersticial e esse desencadeia a retenção de líquidos causando um tipo especifico de edema em partes do corpo que é denominado de linfedema.
Essa é uma das perguntas mais frequentes que são feitas na pratica clinica diária. A resposta é não! Isso cria um desespero inicial, porém é mais tranquilo que muitas doenças que observamos diariamente. O linfedema é uma condição clinica crônica progressiva como qualquer doença crônica como diabetes, hipertensão e outras.
O fato positivo é que o linfedema é menos grave que essas doenças e se tratado o membro pode ser mantido dentro ou próximo a normalidade. Assim, tendo uma vida praticamente normal. Godoy & Godoy têm mostrado que com o Método Godoy de tratamento do linfedema é possível deixar os membros dentro ou próximo a normalidade inclusive na elefantíase. Essa informação é importante porque muitas pessoas já desistiram de seus tratamentos devido não apresentarem resultados. Esse conceito mudou e hoje há tratamento e essa informação deve ser divulgada.
Esse livro traz novos conceitos terapêuticos e reforça a necessidade de adaptar a terapia à fisiopatologia de cada caso. Foi desenvolvida uma técnica de terapia linfática manual (drenagem linfática) adaptada a essas pacientes e um novo conceito de drenagem linfática utilizando-se de estímulos na região cervical. O desenvolvimento de um dispositivo que faz drenagem linfática mecânica veio a permitir longos períodos de drenagem (de 6 a 8 horas/dia) constituindo numa forma intensiva de tratamento. Essa forma intensiva possibilita a redução do edema em torno de 50% em cinco dias. Novos mecanismos de contenção foram desenvolvidos e adaptados permitindo maior liberdade e adesão a essa forma terapêutica. Exercícios e atividades foram extensivamente pesquisados e adaptados ao longo desses anos.
Essas possibilidades terapêuticas abordadas de forma transdisciplinar permitem uma abordagem mais global de seus problemas associados ao tratamento do câncer de mama e a reabilitação do linfedema.
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